ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL - VIA ANTERIOR

A artroplastia total de quadril via anterior é uma técnica cirúrgica inovadora para substituir a articulação do quadril danificada por uma prótese. Esse procedimento é indicado para pacientes que sofrem de dor intensa e mobilidade reduzida devido a condições como artrose avançada, osteonecrose ou fraturas. A cirurgia tem como objetivo restaurar a função do quadril, aliviando a dor e melhorando a qualidade de vida do paciente.

Na artroplastia total de quadril, a via anterior é uma abordagem menos invasiva. Diferente das técnicas tradicionais (posterior ou lateral), essa abordagem permite ao cirurgião acessar o quadril sem cortar músculos principais. O cirurgião trabalha entre os músculos, o que contribui para uma recuperação mais rápida e menos dor no pós-operatório.

Vantagens da artroplastia via anterior:

  1. Menor trauma muscular: Como os músculos ao redor do quadril não são cortados, o trauma tecidual é reduzido, resultando em menos dor após a cirurgia.

  2. Recuperação mais rápida: Muitos pacientes conseguem se levantar e caminhar com auxílio logo após a cirurgia, com retorno às atividades normais em poucas semanas.

  3. Menor risco de luxação: A abordagem anterior reduz o risco de deslocamento da prótese em comparação a outras técnicas.

  4. Tempo de hospitalização reduzido: Como a recuperação é mais rápida, o tempo de internação costuma ser menor, permitindo uma reabilitação mais breve.

  5. Menos restrições pós-operatórias: A via anterior geralmente impõe menos limitações sobre movimentos, permitindo uma retomada mais natural das atividades diárias.

OSTEATRITE DO QUADRIL

A osteoartrite do quadril, também conhecida como artrose, é uma condição que afeta a articulação do quadril, provocando o desgaste da cartilagem que reveste as extremidades dos ossos. A cartilagem funciona como uma camada protetora, permitindo que o quadril se mova suavemente. Com o tempo, devido ao envelhecimento, lesões ou uso excessivo, essa cartilagem pode se deteriorar, levando a dor, rigidez e dificuldade para movimentar o quadril.

À medida que a cartilagem se desgasta, os ossos do quadril começam a friccionar uns contra os outros, o que pode causar inflamação e até a formação de esporões ósseos (pequenos crescimentos ósseos). Isso resulta em desconforto progressivo, principalmente durante atividades como caminhar, subir escadas ou até ao sentar-se e levantar-se. Em estágios mais avançados, a dor pode se tornar constante e limitar severamente a mobilidade do paciente.

O tratamento da osteoartrite do quadril depende da gravidade dos sintomas. Em casos mais leves, opções não cirúrgicas, como medicações anti-inflamatórias, fisioterapia e modificações no estilo de vida, como perda de peso e exercícios de baixo impacto, podem ajudar a controlar os sintomas. Em estágios mais avançados, quando a dor e a rigidez não melhoram com essas medidas, pode ser necessário realizar uma cirurgia, como a substituição total do quadril (artroplastia), na qual a articulação danificada é substituída por uma prótese.

A cirurgia de substituição do quadril é um procedimento eficaz para aliviar a dor e restaurar a função do quadril. Após a cirurgia, a maioria dos pacientes experimenta uma melhora significativa na qualidade de vida, podendo retomar atividades cotidianas com menos dor e mais mobilidade. A recuperação envolve fisioterapia para fortalecer a musculatura ao redor do quadril e melhorar o movimento da nova articulação.

FRATURA DO QUADRIL

A fratura do quadril ocorre quando há uma quebra em um dos ossos que compõem a articulação do quadril, geralmente na região do fêmur, logo abaixo da cabeça femoral. Esse tipo de fratura é mais comum em idosos, especialmente aqueles com osteoporose, uma condição que enfraquece os ossos, tornando-os mais suscetíveis a fraturas após quedas ou traumas leves. No entanto, também pode acontecer em pessoas mais jovens após acidentes ou impactos graves.

Os sintomas de uma fratura do quadril incluem dor intensa na região da virilha ou do quadril, incapacidade de movimentar ou colocar peso sobre a perna afetada e, em alguns casos, a perna pode parecer mais curta ou virada para fora. Se não tratada, uma fratura de quadril pode causar complicações graves, como problemas de mobilidade prolongados, formação de coágulos sanguíneos e até risco aumentado de infecções.

O tratamento de uma fratura do quadril quase sempre envolve cirurgia, que pode variar de acordo com o tipo e a localização da fratura. As opções cirúrgicas incluem a fixação com parafusos ou placas, para estabilizar o osso, ou, em casos mais graves, a substituição parcial ou total da articulação do quadril, conhecida como artroplastia. A escolha do procedimento depende da idade, saúde geral e nível de atividade do paciente, além da complexidade da fratura.

Após a cirurgia, a recuperação envolve fisioterapia para ajudar o paciente a recuperar a mobilidade e a força muscular, com o objetivo de voltar às atividades cotidianas. O tempo de recuperação varia, mas a maioria dos pacientes consegue retomar gradualmente suas atividades normais, com acompanhamento médico para garantir uma reabilitação segura e eficaz.

IMPACTO FEMORACETABULAR

O impacto fêmoro-acetabular (IFA) é uma condição em que há um desalinhamento entre os ossos da articulação do quadril, causando atrito entre a cabeça do fêmur e o acetábulo, que é a cavidade onde o fêmur se encaixa. Esse atrito anormal pode levar ao desgaste da cartilagem e a lesões no labrum, um tecido que ajuda a estabilizar o quadril. O IFA pode ocorrer devido a alterações no formato do osso do fêmur (tipo "cam"), no acetábulo (tipo "pincer") ou em ambos.

Os principais sintomas do impacto fêmoro-acetabular incluem dor na região da virilha ou no quadril, especialmente durante movimentos de flexão ou rotação, como ao sentar-se, levantar-se ou praticar esportes. Algumas pessoas também podem sentir rigidez e uma limitação no movimento do quadril. Se não tratado, o IFA pode levar ao desenvolvimento de osteoartrite no quadril, agravando o desgaste da articulação.

O diagnóstico do impacto fêmoro-acetabular é feito por meio de exames clínicos e de imagem, como radiografias e ressonância magnética, que permitem visualizar o formato dos ossos e a presença de lesões. O tratamento depende da gravidade dos sintomas e do grau de comprometimento do quadril. Em casos leves, o tratamento conservador com fisioterapia, medicamentos anti-inflamatórios e mudanças nas atividades físicas pode ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a mobilidade.

Nos casos mais graves, onde o tratamento conservador não é eficaz, pode ser necessário realizar uma cirurgia, geralmente por meio de uma artroscopia do quadril. Esse procedimento minimamente invasivo permite ao cirurgião corrigir o formato dos ossos, remover tecido danificado e restaurar a função normal do quadril. Após a cirurgia, a reabilitação com fisioterapia é essencial para recuperar a força e o movimento, e o tempo de recuperação varia de acordo com o paciente e a complexidade da cirurgia.

VIDEOARTROSCOPIA DE QUADRIL

A artroscopia de quadril é um procedimento minimamente invasivo usado para diagnosticar e tratar problemas dentro da articulação do quadril. Diferente de cirurgias abertas, essa técnica utiliza pequenas incisões e uma câmera (artroscópio) para que o cirurgião possa visualizar a articulação e corrigir lesões sem grandes cortes.

A artroscopia de quadril é recomendada para pacientes que apresentam dor, rigidez ou limitação de movimento devido a condições como:

  • Impacto femoroacetabular (IFA): Anormalidades na forma dos ossos do quadril que causam atrito e desgaste na articulação.

  • Lesões do labrum: O labrum é uma cartilagem que envolve a cavidade do quadril, e suas lesões podem gerar dor e instabilidade.

  • Corpos soltos: Fragmentos de cartilagem ou osso que podem se soltar dentro da articulação e causar dor ou bloqueios no movimento.

  • Sinovite: Inflamação da membrana que reveste a articulação, muitas vezes causada por artrite ou lesão.

  • Bursite trocantérica: Inflamação das bolsas cheias de líquido que amortecem o quadril.

Como é feita a artroscopia?

O procedimento é realizado através de pequenas incisões, por onde o artroscópio e os instrumentos cirúrgicos são inseridos. A câmera transmite imagens em alta definição para um monitor, permitindo que o cirurgião visualize a articulação e trate as lesões encontradas. Esse procedimento é menos invasivo e geralmente realizado com anestesia.

Vantagens da artroscopia de quadril:

  1. Menos invasiva: Como o procedimento envolve pequenas incisões, há menor trauma aos tecidos e músculos ao redor do quadril.

  2. Recuperação mais rápida: Em comparação com cirurgias abertas, a recuperação é mais rápida, e os pacientes geralmente sentem menos dor.

  3. Menor risco de complicações: O risco de infecções, sangramentos e outras complicações pós-operatórias é reduzido.

  4. Precisão no diagnóstico e tratamento: A artroscopia permite que o cirurgião trate diretamente as lesões, ao mesmo tempo que diagnostica com precisão o problema.

Osteonecrose da cabeça do fêmur

A osteonecrose da cabeça do fêmur é uma condição grave em que o suprimento de sangue para a parte superior do fêmur (osso da coxa) é interrompido, levando à morte do tecido ósseo. Sem sangue, o osso começa a enfraquecer, colapsar e, eventualmente, causar o desgaste da articulação do quadril. Essa condição, se não tratada, pode evoluir para uma artrose severa, com dor intensa e perda da mobilidade.

  1. A osteonecrose geralmente se desenvolve de forma silenciosa nos estágios iniciais, mas à medida que a condição progride, os sintomas incluem:

    • Dor no quadril: A dor pode ser leve no início e se intensificar com o tempo, podendo irradiar para a virilha, coxa ou nádegas.

    • Rigidez: O quadril pode ficar rígido, tornando difícil realizar movimentos simples, como caminhar ou levantar-se.

    • Dificuldade para apoiar o peso: Em casos mais avançados, pode ser difícil ou doloroso colocar peso sobre o quadril afetado.

    O tratamento depende do estágio da doença e do quanto o osso foi afetado. As opções incluem:

      • Medicação: Para alívio da dor e controle de fatores de risco.

      • Fisioterapia: Para fortalecer a musculatura ao redor do quadril e melhorar a mobilidade.

      • Uso de muletas: Para reduzir a pressão sobre o quadril e aliviar a dor.

      • Esses tratamentos são indicados principalmente em estágios iniciais, quando ainda há chances de preservar o osso.

      • Descompressão do núcleo: Um procedimento em que o cirurgião perfura a cabeça do fêmur para aliviar a pressão e criar canais que incentivem o crescimento de novos vasos sanguíneos.

      • Enxerto ósseo: Em casos mais avançados, o enxerto de osso saudável pode ser necessário para restaurar a área afetada.

      • Artroplastia total de quadril: Quando o osso já está gravemente comprometido, a substituição completa da articulação com uma prótese pode ser a melhor opção para aliviar a dor e restaurar a mobilidade.